DE
JESUS A CRISTO, A JESUS DE NOVO
(ou,
POR QUE SER ESPÍRITA É TAMBÉM SEGUIR A JESUS)
Por Douglas
“Então
Jesus e os seus discípulos partiram para as aldeias de Cesareia de Filipe; e,
no caminho, perguntou-lhes: quem dizem os homens que sou eu? E responderam:
João Batista, outros: Elias; mas outros: algum dos profetas. Então, lhes
perguntou: mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: tu és
o Cristo. Advertiu-os Jesus de que a ninguém dissessem tal coisa a seu
respeito.”
Findo
um ano do Curso de “Cristianismo e Espiritismo” na Comunhão Espírita de Brasília, provavelmente a primeira coisa
que um aluno ou aluna raciocinaria ao ler essas palavras seria: “será que Jesus
disse isso mesmo”? Bem, a citação acima faz parte dos três Evangelhos Sinóticos
e corresponde a uma tradição muito antiga... Ademais, sua leitura em um
contexto que não o do Cristianismo pode ensejar considerações sóbrias: por que
advertir a não espalhar isso? Qual a percepção de Jesus de Nazaré quanto ao que
ele fazia e seu propósito de vida?
São
indagações que historicamente podem gerar respostas das mais variadas, todas
elas tão somente hipotéticas. Certeza, certeza mesmo, o pesquisador sério não
atribuirá a nenhuma delas, ainda que se incline sinceramente para alguma. Mas
estamos falando de um pesquisador acadêmico da área das assim chamadas ciências
humanas, que possui limitações quanto aos seus instrumentos de pesquisa,
limitações essas que foram surgindo com o justo interesse de se colocar balizas
de segurança quanto à pesquisa séria que produz resultados seguros e passíveis
de verificação e modificação, quando necessário.
Mas
e o pesquisador espírita? Como deve proceder quando surgem estes desafios?
Depois de um ano de curso, a esperança dos professores do CriEs – Cristianismo
e Espiritismo – é de que a máxima do professor Allan Kardec em a Gênese
capítulo 1 item 55 valha mais do que nunca: seguiremos junto com as ciências e
os Espíritos, mas se esses disserem algo sobre um fenômeno estudado por estas
ciências que elas entendam de maneira diferente,
ficaremos com as ciências, até prova em contrário por parte delas mesmas.
Alguém
pode nos perguntar: isso vale para as ciências humanas, para a História, a
Antropologia e a Arqueologia, por exemplo? Sim. O sim é simples e prescinde de
acréscimos. Vamos agora tentar raciocinar em cima disso. Por que o professor
Kardec insiste nesse ponto deste modo? Por que as ciências humanas, falhas,
limitadas, em constante mutação diriam a palavra final, se há Espíritos a quem
reputamos muito saber e que se encontram na dimensão privilegiada de
observação, podendo mesmo nos adiantar o que será descoberto em segurança?
Primeira
razão: porque aos Espíritos que já avançaram na caminhada da evolução das
vidas, não é dado o direito de tirar o esforço continuado e o aprendizado
pessoal e intransferível que cabe a todos nós e a eles, na mesma proporção.
Cada um deve se auto-conhecer, se entender, se amar e se melhorar por si só.
Podemos ser auxiliados – e efetivamente o somos mais do que imaginamos! –,
podemos ser encorajados, motivados reanimados, mas nunca, jamais, poderão fazer
por nós o que é nossa obrigação fazer por nós mesmos, assim como isso não foi
feito por eles. Poderão eles mesmos reencarnarem e laborarem lado a lado
conosco, nos ensinando e, continuando seu perpétuo aprendizado, nos ajudando a
nos adiantar, mas não podem nos facilitar o caminho evolutivo que não seja pelo
exemplo vivo, andando como gênios da humanidade ao nosso lado, e também pelo
consolo sempre certo de onde estão, na pátria espiritual.
Segundo:
porque as ciências não são revelações prontas, acabadas, na mesma proporção que
o ser humano não é algo pronto, acabado. Crescendo e melhorando o ser humano em
saber e nos afetos, mais ele poderá e, portanto, maior e melhor nossas ciências
serão. Parafraseando com muito carinho uma frase religiosa cristã pela qual
temos entranhado respeito: ‘eis o mistério da fé raciocinada e progressiva - toda
vez que melhorarmos através da razão e dos afetos, mais e mais saberemos e
poderemos no caminho das ciências, máxime a ciência espírita’. Até porque, “a
ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas...” – Livro dos
Espíritos, resposta parcial à pergunta 19.
Terceiro
porque entendemos mais do que nunca com o professor Allan Kardec que uma vez
livre da vestimenta física, os Espíritos não entram na posse do conhecimento de
todos os mistérios. E em sendo assim, quando interagimos com Eles, devemos
SEMPRE lembrar que estamos lidando com seres humanos como nós que tem
limitações a serem vencidas, assim como nós mesmos. E que eles tem a permissão
de seus Maiores para interagir conosco para que JUNTOS aprendamos, pesquisemos,
estudemos, como eles o fazem com aqueles que se encontram muito à frente deles.
E,
uma vez que o modo de intercâmbio de informações se dá por uma faculdade comum
a eles e a nós, desencarnados e encarnados – a medianimidade –, faculdade essa
que se encontra em processo de aperfeiçoamento como todos nós estamos, é
natural que mais do que nunca saibamos distinguir quem é quem nesse diálogo do
lado de lá, com o máximo de cuidado. O professor Allan Kardec declara que esse
conhecimento “... É, de certo modo, a chave da ciência espírita, pois só ele
pode explicar as anomalias que as comunicações apresentam, esclarecendo-nos
sobre as desigualdades intelectuais e morais dos Espíritos” – O livro dos
Espíritos, comentário parcial de Kardec à pergunta 100.
Essa
prudência toda descrita nos três itens acima não foi tão bem vista assim por
todos os contemporâneos espiritistas do professor que codifica a Doutrina em
seu tempo. Alguns o viram como um tanto quanto centralizador, outros
lamentavelmente como alguém que se recusava a aceitar as revelações impactantes
que surgiam, com uma evasão impensável em um homem de saber como ele.
Entendemos
que isso é um equívoco e que, ao contrário, todas as vezes que os espíritas
seguiam as diretrizes exaradas pelo querido mestre lyonês, todas elas aprovadas
pelos Espíritos que se notabilizaram em anos de contato com o grupo ao qual ele
fazia parte e que foram testadas inúmeras vezes nestes mais de 150 anos de
Doutrina Espírita Codificada, os resultados práticos foram e continuam sendo
agradavelmente surpreendentes.
Um
dos tópicos mais polêmicos e que ensejou duros desafios para o movimento
espírita francês e brasileiro foi o referente a Jesus de Nazaré. Se hoje o rabi
da Galiléia fizesse sua pergunta “quem dizem os homens que sou eu?” para os que
se dizem espíritas, a resposta dentro do movimento seria claramente multifacetada:
- Deus, para os espíritas que não estudam nunca
as obras sérias da Doutrina;
- Um agênere que nunca encarnou em corpos
físicos, para os fiéis roustainistas;
- Um médium amorável e vegetariano do Cristo
Cósmico Planetário, para os ramatisistas;
- Um espírito perfeito que encarna em um corpo
híbrido de material genético alienígena e terrestre, responderiam os
miramezistas;
- Um emissário de “o Sistema”, espírito que
caiu no equivocado universo físico como todos nós, mas que, após a crucificação,
purificou-se de vez e retornou do seu erro para lá e, de lá, tenta nos guiar
para que consigamos o mesmo, como querem nos fazer crer os ubaldistas;
E
por aí vai. Depois de um ano de estudos em conjunto, vamos rever por fim
algumas definições pontuais pertinentes a este tópico que se encontram na
codificação do hexateuco kardequiano, as seis obras principais apresentadas
pelo estimado professor quando encarnado no século XIX. Antes disso, alguém
poderia dizer: mas não estaríamos então incorrendo em um outro “ismo”, nesse
caso, o “kardecismo”? Por que os “Kardecistas” tem que estar certos e não
Roustaing, Ramatis, Miramez, Ubaldi etc?
Antes
de tudo, lembremos que Allan Kardec não tem que estar certo. O princípio que se
aplica aos Espíritos desencarnados comunicantes é o mesmo a ser aplicado frente
a qualquer encarnado, incluindo o estimado professor. Por isso, a fé que o
motivava e que nos motiva é a fé raciocinada e progressista. Ademais, a
revelação espírita, a terceira revelação, é uma revelação DOS ESPÍRITOS e não
de um homem ou de um Espírito só, encarnado ou desencarnado.
Todavia,
o que todos os defensores das linhas de pensamento espiritualista acima
mencionados têm em comum com o espírita que se pauta na codificação é a de que,
afora as diferenças e discordâncias, muito mais se tem a concordar uns com os
outros EM Kardec do que sem Kardec. Expliquemo-nos: ainda que com diferenças de
pensamento, todos ainda optam por ter Kardec como a referência didática comum e
segura para os primeiros passos no desenvolvimento da fé raciocinada. Por isso
insistem em se denominar espíritas, termo cunhado pelo professor de Lyon.
O
convite que fazemos então nesse momento é: voltemos às raízes do movimento e
das manifestações dos Espíritos conforme os passos didáticos do codificador e,
com base nisso, vamos comparar com o que a ciência tem trazido. E façamos isso
agora no contexto da temática da pessoa de Jesus de Nazaré. O que em termos
iniciais e pedagógicos os Espíritos nos revelaram sobre ele? Vejamos:
1)
O
Livro dos Espíritos, pergunta 625: Jesus é apresentado como o mais perfeito
guia e modelo da perfeição moral a ser aspirada na Terra. Igualmente, como o
Espírito mais puro que por aqui apareceu encarnado.
2)
Em o Livro dos Médiuns, no capítulo XXXI,
item IX, na observação de Kardec, poderá ser lido que o codificador se refere a
Jesus de Nazaré como o “Espírito puro por excelência”.
3)
No Evangelho Segundo o Espiritismo, em sua
famosa introdução, o professor se refere já no primeiro parágrafo aos cinco
tópicos pertinentes ao tema “Jesus Cristo” pelos quais se podem tratar esse
nome: a) os atos comuns de sua vida b) os milagres c) as predições d) as
palavras que serviram para estabelecer os dogmas da Igreja e) o ensinamento
moral. Em seguida, pontua que a parte moral –
também chamada de código divino – é a única inatacável, inclusive
tendo-se em vista o posicionamento de ateus e materialistas que, discordando de
um ou vários aspectos dela, não podem deixar de admirá-la.
4)
Ainda no Evangelho Segundo o Espiritismo, no
capítulo 1 item 4, Allan Kardec se refere à natureza excepcional de seu Espírito
(i.e. de Jesus) e de sua missão divina, especificando que além de um código
moral Jesus ensinou aos seres humanos que a verdadeira vida está no reino dos
céus e lhes aponta o caminho para chegar lá.
5)
Em O Céu e o Inferno, no capítulo 10 item 18,
Jesus é chamado de “o messias divino enviado aos homens para ensinar-lhes a
verdade e mostrar-lhes o caminho da salvação”. Lembrando a todos que a palavra
messias vem do hebraico mashíach,
ungido. E lembrando igualmente que no antigo Israel, quando alguém possuía um
comissionamento sagrado, essa pessoa era ungida com um óleo perfumado especial,
fosse para ser rei, fosse para ser sacerdote, fosse para ser um profeta.
6)
Em A Gênese, a exposição final de Kardec sobre
temas espíritas trazida à luz antes de sua morte, Jesus de Nazaré é descrito do
seguinte modo no capítulo xv item 2:
“Sem
nada prejulgar sobre a natureza do Cristo, cujo exame não entra no quadro desta
obra, e não o considerando, por hipótese, senão como um Espírito superior, não
podemos deixar de reconhecê-lo como sendo um dos Espíritos de ordem mais
elevada e, por suas virtudes, colocado muitíssimo acima da Humanidade
terrestre. Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação neste mundo
forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente confia a
seus mensageiros diretos, para cumprimento de seus desígnios. Mesmo sem supor que ele fosse o próprio Deus,
mas um enviado de Deus para transmitir sua palavra aos homens, seria mais do
que um profeta, porquanto seria um Messias divino.
“Como
homem, tinha a organização dos seres carnais, mas como Espírito puro,
desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida
corpórea, de cujas fraquezas não era passível. A superioridade de Jesus com relação aos homens não resultava das
qualidades particulares do seu corpo, mas das do seu Espírito, que dominava a
matéria de modo absoluto, e da do seu perispírito, haurido da parte mais
quintessenciada dos fluidos terrestres. (Cap. XIV, item 9.) Sua alma não
devia achar-se presa ao corpo senão pelos laços estritamente indispensáveis.
Constantemente desprendida, ela decerto lhe dava dupla vista, não só permanente, como de excepcional penetração e
muito superior à que comumente possuem os homens comuns. O mesmo havia de
dar-se nele com relação a todos os fenômenos que dependem dos fluidos
perispiríticos ou psíquicos. A qualidade desses fluidos lhe conferia imensa
força magnética, secundada pelo desejo incessante de fazer o bem.
“Agiria
como médium nas curas que operava?
Poder-se-á considerá-lo poderoso médium curador? Não, visto que o médium é um
intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados. Ora,
o Cristo não precisava de assistência, pois que era Ele quem assistia os
outros. Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como, em certos
casos, o podem fazer os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito,
aliás, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de o transmitir?
Se porventura ele recebia algum influxo estranho, esse só de Deus lhe poderia
vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus”.
Agora
paremos para considerar esses pontos frente aos argumentos espiritualistas
apresentados antes. Salvo o excerto preciosíssimo de A Gênese, que contradiz
frontalmente as premissas roustainistas, pode-se francamente questionar as
ilações morais do ensino de Jesus de Nazaré conforme expostas por Allan Kardec?
Certamente que não. E com todas elas são concordes todos os grupos que
apresentaram, junto ao movimento espírita, seus conceitos diferenciados da
codificação quanto a tudo o mais que se referia à vida do rabi da Galiléia.
Ora,
se a explanação do professor de Lyon é boa para este ponto, não deveria ao
menos ser vista com olhos respeitosos nos outros? Os que se diferenciaram o
fizeram sempre pisando inicialmente no terreno seguro das considerações daquele
a quem Camille Flammarion chamou de “a prudência personificada”. Mas existe
algo a mais nesse comenos.
Quando
confrontamos o Jesus Histórico com o Jesus de Nazaré enxergado por Kardec e descrito
pelos Espíritos que dialogaram com ele, a genialidade Kardequiana se torna mais
patente ainda! De tudo que se escreveu em mais de cem anos de pesquisa históricas
sobre o mais famoso judeu da história da humanidade, a parte que salta aos
olhos permanecendo incólume é sua moral superior ao tempo em que viveu. Moral
tão elevada que fez e faz com que líderes de praticamente todas as grandes
religiões, inclusive o Judaísmo, vejam nesse ser humano extraordinário que por
aqui passou um irmão amigo dos ideais mais elevados.
Efetivamente,
ao compulsar as obras de pesquisadores notadamente agnósticos ou mesmo ateus,
tais como John Dominic Crossan, Geza Vermes, Bart Ehrman, Karen Armstrong,
Marcus Borg, David Flusser e dezenas de outros, considerados gigantes dessas
pesquisas pelas décadas e mais décadas de estudos que efetivaram sobre esse
tópico, permanece a intuição genial de Allan Kardec, nascida de sua experiência
nos anos de estudos no Instituto de seu mestre Henri Pestalozzi, confirmada
pelos Espíritos reveladores da assim chamada terceira revelação e que reverbera
notavelmente no imo de nossos corações.
E
mais. Diferentemente da complexa estrutura teológica dos cristianismos, sejam
eles católico-protestantes, gnósticos ou mesmo judaicizantes, cuja gênese
constitutiva é rastreável facilmente no processo histórico de cerca de dois mil
anos, com o emaranhado de interesses sinceros ou não que estiveram por trás de
seu surgimento, o Espiritismo em sua apresentação de Jesus como Espírito que
age nesse planeta sob ordem divina destoa de todos eles.
De
fato, o Espiritismo não é uma reedição do catolicismo-protestantismo, e nem do
judaísmo cristão dos primeiros séculos da Era Comum, bem como não o é de
nenhuma das formas de gnosticismos redescobertos no século passado, tão
fascinantes aos olhos de muitos. Nem mesmo é uma colcha de retalhos de todos
eles. A Doutrina dos Espíritos tem consistência própria em seus postulados, que
se na essência se liga à Filosofia Perene de todos os séculos, como o enxergou
o filósofo espírita Léon Denis, é ao mesmo tempo um corpo de informações sólido
que se exprime em termos particulares, novos, explicando antigos e novos fatos
que se repetem por todas as eras dentro de uma genealogia do saber cultural que
começa no Judaísmo, passa pelos ensinos de Jesus e a comunidade Jesuana que com
ele conviveu e se corporifica como uma síntese do saber no século XIX.
E
assim o faz porque se antes a humanidade dissociou a ciência, a filosofia e a
religião, agora ela está apta para reintegrá-los, respeitando suas áreas de
produção de conhecimento como áreas integráveis e coordenáveis, mas não mais
fundindo elas como se fossem uma coisa só.
Por
fim, suas premissas básicas simplesmente estão fora da alçada da pesquisa
acadêmica tradicional enquanto esta não reconhecer o objeto de estudo dessa
doutrina: o mundo espiritual e suas manifestações. Igualmente enquanto não
reconhecer que este objeto de estudo demanda instrumental analítico de
pesquisas e testes próprios, como qualquer disciplina nova do saber o requer. Também
enquanto não reconhecer as conseqüências racionais e os significados filosóficos
em todos os campos da vida humana dessa disciplina de estudo e pesquisa. E,
mais importante ainda, enquanto não lhe reconhecer seus justos valores, de
cunho espiritual, capazes de nortear a humanidade a novos páramos. Sendo assim,
estão essas premissas fora de sua investigação, não podendo ser refutadas ou
endossadas.
E quais
são essas premissas básicas? É o professor Kardec quem as expõe de modo
didático, conforme pode ser lido nos 29 postulados espíritas básicos descritos
pelo mestre de Lyon na “Profissão de Fé Espírita Raciocinada”, encontrada na
parte primeira de suas “Obras Póstumas”. Agora, o mais fascinante de tudo é:
dificilmente, assim o entendemos, os roustainistas, ramatisistas ou ubaldistas
se poriam contra eles. Se o leitor ou a leitora tiver alguma dúvida, cheque-os
e veja por si mesmo(a).
Ficam
assim essas reflexões conclusivas de um curso em constante aperfeiçoamento, mas
cujo corpo de professores, depois da desconstrução de muitas estruturas
teológicas herdadas dessa e de outras vidas, emergiram do torvelinho com a
reafirmação de sua fé espírita raciocinada como inteiramente compatível com a
mensagem da boa nova do Reino do Pai, conforme apregoada pelo rabi de Nazaré.
Como
ele encarnado, podemos dizer: “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a ti mesmo” (Mateus 22:34-40; Marcos 12:28-31; Lucas 10:25-28). Como ele,
agora na pátria espiritual, podemos dizer: “espíritas, amai-vos, eis o primeiro
mandamento. Instruí-vos, eis o segundo” (Evangelho Segundo o Espiritismo,
capítulo VI item 5, quarto parágrafo). Mas perdura a pergunta de Jesus ao
coração de cada um de vocês, para que respondam e ele em sua sinceridade: “mas
vós, quem dizeis que eu sou?”
NOTAS:
Como é bom ler algo inteligente e bem pautado. Amigo Douglas, muito obrigado!
ResponderExcluirJack, aluno.