sexta-feira, 18 de janeiro de 2013



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O Evangelho do Dinheiro

por Jefferson

Qualquer forma de religião deve ser respeitada, faz parte do direito inalienável que tem todo o ser humano de escolher no que quer acreditar e o que lhe traz conforto e esperança.

Contudo, a pretexto de respeito religioso, não se pode deixar de criticar e denunciar aqueles que usam a religião como meio de enriquecimento pessoal as custas da fé ou do desespero dos seus irmãos.

"Não se pode servir a Deus e Mamon (deus do dinheiro)", disse Jesus (Lc 16,13). O dom vindo do alto deve ser dado a todos, e não somente aos que têm condições de pagar, é a advertência que o Mestre nos faz na máxima "Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido." (Mt 10,8). A primeira comunidade cristã que se tem notícia, instalada em Jerusalém após a crucificação/ressurreição de Jesus, tinha tudo em comum e vivia do trabalho dignificante dos seus membros e do Evangelho. No dizer de Lucas, "Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um." (At 2, 44-45)

O dízimo existe para sustentar a Igreja de tal forma que ela não precise depender de favores de ricos e de políticos, nem precise comerciar as coisas sagradas como mercadoria barata. Para que os sacerdotes hebreus pudessem se dedicar com exclusivade aos ofícios religiosos, foi criado o dízimo (Nm 18,21-32), que também servia para sustentar os pobres, os órfãos e as viúvas (Dt 14,22-29; Tb 1,7s). Foi a ambição dos saduceus do templo de Jerusalém que despertaram a indignação de Jesus na cena da derrubada de mesas dos cambistas (Mt 21, 12-13).  A contribuição religiosa não tem por finalidade o enriquecimento pessoal daqueles que deveriam cuidar dos filhos do Calvário, pessoas em condição frágil, que deveriam ser protegidas e não exploradas com a ambição dos falsos pastores.

Ganância e Evangelho não combinam. O madeiro da salvação é a cruz, não o iate.    

Vejamos a matéria abaixo, que é bem explicativa e que cada um tire a sua conclusão. 

 
 
Forbes lista os seis líderes milionários evangélicos no Brasil



Do UOL, em São Paulo

18/01/2013 - 13h20 





"Religião sempre foi um negócio lucrativo." Assim começa uma reportagem da revista Forbes sobre os milionários bispos fundadores das maiores igrejas evangélicas do Brasil – Edir Macedo, Silas Malafaia, Valdemiro Santiago, R. R. Soares, entre outros.


A revista destaca o crescimento dos evangélicos – de 15,4% para 22,2% da população brasileira na última década -, em detrimento dos católicos. Hoje, os católicos romanos somam 64,6% da população, ou 123 milhões de brasileiros. Os evangélicos, por sua vez, já somam 42 milhões, em uma população total de 191 milhões de pessoas.


Para a Forbes, um dos motivos do crescimento de religiões evangélicas se dá graças à Teologia da Prosperidade, segundo a qual o progresso material é resultado dos favores de Deus. Enquanto o Catolicismo ainda prega um olhar conservador sobre o além-vida, os evangélicos – sobretudo os neopentecostais – são ensinados a ter prosperidade nesta vida.


A fórmula parece estar funcionando. De acordo com a revista, os evangélicos formam uma parte da nova classe média brasileira, conhecida como Classe C. Enquanto isso, os mais ricos e os mais pobres permanecem católicos.


Os evangélicos não só usufruem de seus bens, como doam uma parte de sua renda à igreja – quantia conhecida como "dízimo". Tal ato faz com que certas igrejas sejam negócios altamente lucrativos, e seus líderes, milionários. É a chamada "indústria da fé".


Entre os exemplos de líderes bem-sucedidos, a Forbes aponta o bispo Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus. Com templos até nos Estados Unidos, o bispo Macedo é o pastor mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em quase R$ 2 bilhões. Ele é frequentemente envolvido em escândalos, entre eles o de desviar fundos destinados à caridade. Mas nem estas denúncias fizeram os fiéis desistirem. Macedo tem 10 milhões de livros vendidos, alguns deles extremamente críticos à Igreja Católica e a algumas religiões africanas. Seu maior movimento aconteceu na década de 1980, quando adquiriu a Rede Record, a segunda maior emissora do Brasil. Além disso, é dono do jornal Folha Universal, que tem uma circulação de 2,5 milhões de exemplares, e da gravadora Record News.


Seguindo os passos de Macedo, Valdemiro Santiafo é ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Após se desentender com o chefe, ele fundou sua própria igreja –a Igreja Mundial do Poder de Deus, que tem 900 mil seguidores e mais de 4.000 templos, muitos deles adornados com imagens dele. Sua fortuna é estimada em R$ 400 milhões.


Entre outros pastores citados pela Forbes, estão Silas Malafaia, R. R. Soares, Estevan Hernandes Filhos e a bispa Sônia.


Muitos pastores brasileiros conseguiram passaportes diplomáticos nos últimos anos. Alguns, especialmente os mais ricos, são cortejados por políticos em época de eleições. Para finalizar, igrejas são isentas de impostos.


Como diz a Bíblia, a fé move montanhas. E dinheiro, também.



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